terça-feira, 23 de agosto de 2011

FOTO MEMÓRIA - BONSUCESSO FC

Em pé: Mauro, Gonçalo, Jorge, Gilberto, Pacheco e Haroldo.
Agachados: Pedro Bala, Jandir, Valter Prado, Waldemar e Nilo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

FUTEBOL E LITERATURA


           



O CRAQUE NA CAPELINHA


“Falei em craque, mas, em tempo, retifico: — era um perna-de- pau. Com uma agravante: — perna-de-pau de longínquo, de antediluviano passado. Floresceu, se não me engano, por volta de 914, 916. Era a época inefável em que as mulheres não raspavam nem as pernas, nem debaixo do braço. E essas canelas barbadas, essas axilas luxuriantes definiam um tipo de civilização. Pois bem: — o perna-de-pau, que já enterrava o time em 1915, não tardaria a abandonar o futebol. Seu último jogo ocorreu na semana em que assassinaram Pinheiro Machado. De então para cá, ele veio arrastando sua decadência, através das semanas, meses e anos. Por último, não comia, nem bebia: — era a única fome, a única sede do Brasil. Um dia desses, após uma agonia fétida e terrível, o homem morreu. E, então, moradores do bairro, em conluio com alguns comerciantes, resolveram custear-lhe o enterro.

 Fui vê-lo na capelinha, para onde o remeteram. Diante dele, diante do ser transfigurado, verifiquei o seguinte: — não há morto canastrão. Vestido de noivo, com sapatos engraxados, ele tem a face, o ríctus, o perfil do grande ator. Assim acontecera com o perna-de- pau: — no caixão, apresentava uma nobre e taciturna máscara cesariana. O diabo era o ambiente do velório. Eis a verdade: — nenhum morto devia ir para as capelinhas, jamais. Elas traduzem um sintoma terrível da nossa época.

Antes de mais nada, significam um frívolo desamor à morte e aos mortos. Não sabemos morrer, nem enterrar. E pior do que isso: — não sabemos fazer quarto. Essa impotência diante da morte é o melancólico e inevitável resultado das capelinhas. Antigamente, o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às carreiras; ninguém o despachava às escondidas. Permanecia em casa e, pois, dentro de um ambiente em que até os móveis eram cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente numa doce sala de jantar ou numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos. Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia sugerir, à distância, a idéia de aniversário, de casamento ou de velório mesmo. Era a época em que as mães, as viúvas tinham furores de Sarah Bernhardt. Lembro-me de uma menina que morreu, de febre amarela, quando eu tinha meus cinco anos. Pois bem. A mãe da morta quase pôs a casa abaixo. Batia com a cabeça nas paredes; derrubava as cadeiras; e queria arrancar os próprios olhos. Teve que ser contida, amordaçada, quase amarrada. Todos haviam parado de gemer, de chorar, para espiar essa dor maior. Houve um momento em que só ela gemia, só ela chorava, como uma insuperável solista. Hoje, isto não é possível. A capelinha esvaziou a morte do seu conteúdo poético dramático e, direi mesmo, histérico. Preliminarmente, o defunto está fora do seu clima residencial. Como os demais, ele é um constrangido, um cerimonioso, um deslocado. Sim, todos, inclusive o cadáver, têm um ar de visita. Essa polidez impede a violência e a espontaneidade da dor que vem de dentro, das profundezas, como um gemido vacum. Bem que a viúva desejaria espernear, esganiçar-se, como uma canastrona do velho teatro. Mas eis a verdade: — a capelinha torna inexeqüíveis as histerias magníficas dos funerais antigos. Eu sei que o perna-de-pau era apenas um perna-de-pau, contemporâneo, quase dizia colega do assassinato de Pinheiro Machado. Ainda assim. Qualquer morto é um césar.”
                                                    Nelson Rodrigues
(DO LIVRO, À SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS)

sábado, 13 de agosto de 2011

FELIX - a história do craque



Félix Miéli Venerando, mais conhecido como Félix nasceu em São Paulo dia 24 de dezembro de 1937, é um ex-futebolista que atuava como goleiro e ex-treinador do futebol brasileiro. Foi campeão com a Seleção Brasileira de Futebol no Mundial de 1970.
Sua carreira começou bem cedo, nas divisões de base do Nacional-SP da capital paulista e, com apenas 15 anos de idade, profissionalizou-se no Juventus da Mooca.
Félix ficou no Juventus até 1955, quando foi contratado pela Portuguesa no dia 23 de julho de 1955. Sua estréia só veio acontecer, no dia 26 de março de 1956, no Torneio Rio-São Paulo Internacional, pois Cabeção estava defendendo a seleção e Félix jogou na vitória de 2 a 1 contra o Newell's Old Boys, da Argentina.
Com a saída de Cabeção em 1957, a Portuguesa contratou no ano seguinte o goleiro Carlos Alberto, que havia jogado no Vasco da Gama. Félix passou a treinar com os aspirantes e foi Campeão Paulista em 1957. Depois foi emprestado ao Nacional-SP, da capital paulista.


Retornou à Portuguesa no final de 1960, a pedido do treinador Nena, e assim finalmente, vestiu a camisa número 1 da Lusa. Foi titular absoluto de 1961 até 1963.
De 1964 até 1968, Félix passou a revezar com Orlando, que havia sido contratado junto ao São Cristóvão do Rio de Janeiro. Em 1964, a Portuguesa foi convidada para tomar parte nos eventos ligados à Feira Internacional de Nova York, e teve de enfrentar em Massachusetts, uma seleção local. O time da Portuguesa era respeitável, com Ivair (o príncipe) e Henrique Frade entre outros. O jogo estava tão fácil que, quando já estava 9 a 0, Orlando entrou no gol e Félix, em vez de deixar o campo, decidiu jogar no ataque. Após um cruzamento de Almir pela direita, Félix entrou na área e marcou o décimo gol. O jogo acabou 12 a 1.
Jogando pela Portuguesa, disputou quatro partidas pela Seleção Brasileira. Estreou no Pacaembu, em 22 de novembro de 1965 (domingo à noite), defendendo a chamada “Seleção Azul” na vitória de 5 a 3 sobre a Hungria. Esta seleção era composta somente por jogadores paulistas, que neste dia jogou desta maneira: Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Procópio e Edílson (Geraldino); Lima e Nair; Marcos, Prado (Coutinho), Servílio e Abel. Félix também Disputou a Copa Roca em Montevidéu, contra o Uruguai, entre 25 de junho e 1 de julho de 1967, em três empates (0 a 0, 2 a 2 e 1 a 1). A sua despedida pela Portuguesa, aconteceu no dia 3 de março de 1968, quando enfrentou o São Paulo e empatou por 0 a 0. Foi vendido para o Fluminense do Rio de Janeiro, no dia 20 de julho de 1968, um dia antes do aniversário de 66 anos do Tricolor, por Cr$ 150 mil.

Pela Seleção Brasileira, Félix disputou 48 partidas, conquistando o bicampeonato da Copa Rio Branco em 1967 e 1968 e o tricampeonato mundial pela Seleção na Copa do Mundo de 70. Nesta competição, Félix fez defesas importantes. No difícil jogo contra a Inglaterra na primeira fase, quando o jogo estava 0x0, aos 12 minutos do primeiro tempo, ele fez uma defesa difícil em cabeçada de Francis Lee à queima-roupa, e ainda sofreu falta no lance, pois ele deu rebote e o atacante inglês tentou pegar o rebote, mas acabou acertando seu rosto.
Nas semifinais, ele fez o que muitos consideram como a "defesa que valeu por um título". O Brasil vencia o Uruguai por 2x1, quando, aos 40 minutos do segundo tempo, uma bola levantada da esquerda por Cortes foi cabeceada por Espárrago, que ia para o canto esquerdo, à meia altura, e Félix voou para espalmar a bola, e a zaga afastou o perigo. Foi a última chance uruguaia para levar o jogo para a prorrogação. Dois minutos depois, o Brasil faria o terceiro gol, através de Roberto Rivellino, e garantiria sua vaga na final diante da Itália.
Pelo Fluminense, Félix foi Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975, além de campeão da Taça de Prata em 1970, e de diversos outros torneios,tendo sido indicado para o tricolor por ninguém menos do que Telê Santana.
Uma de suas defesas mais espetaculares, aconteceu na vitória do Fluminense sobre o Botafogo por 2 a 1, pela Taça Guanabara de 1975, no dia 21 de abril, quando o então atacante alvi-negro Nílson Dias, matou a bola no peito na meia-lua da grande área, e de costas para o gol, deu uma bicicleta, com Félix saltando do meio do gol e encaixando a bola no ângulo direito, perante 109.705 espectadores pagantes, garantindo a vitória e a classificação do Tricolor para a final da Taça Guanabara contra o América, quando o Fluminense se sagraria campeão.
Félix jogou no Fluminense até 1976, quando resolveu encerrar sua carreira no dia 23 de janeiro de 1976, após o diagnóstico de uma calcificação de 7 cm no ombro direito.




   







No ano de 1982, Félix foi técnico do Avaí Futebol Clube de Florianópolis. Atuou como tal por 18 jogos obtendo 6 vitórias 4 empates e 8 derrotas pelo Leão da Ilha da Magia.
O seu apelido era "Papel" devido a sua magreza e aos vôos espetaculares que dava para agarrar a bola (voava como um papel).
Depois que encerrou sua carreira futebolística, Félix foi diretor comercial de uma empresa cujo proprietário era seu genro, casado com Lígia, uma das três filhas. Atualmente coordena uma escolinha de futebol comunitária, voltada para as crianças carentes, além de passar sua experiência dentro e fora dos gramados, em palestras para empresas e faculdades. Em 2007, assumiu o cargo de diretor técnico da Inter de Limeira, que disputou a Série A-2 do Campeonato Paulista, tendo passado antes em Categorias de Base de alguns clubes e ter se aposentado como preparador de goleiros do Fluminense ainda em 1977, onde ficou ainda até 1980.

Títulos
Fluminense
  • Campeonato Carioca - 1969, 1971, 1973, 1975, 1976
  • Taça Guanabara - 1969, 1971, 1975
  • Campeonato Brasileiro - 1970
  • Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro - 1973
  • Torneio de Paris - 1976
Seleção Brasileira
  • Copa Rio Branco - 1967, 1968
  • Copa do Mundo - 1970

terça-feira, 2 de agosto de 2011

FOTO MEMÓRIA - PALMEIRAS

Em pé: Eurico, Leão, Luiz Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca.
Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia, Nei

Ídolo de sempre

 Ídolos do Brasil...esse com a camisa do Fla... Gerson o canhotinha de ouro.