terça-feira, 16 de outubro de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Morreu Félix
Félix com a camisa da Seleção (Agência Estado)
Quando se fala na galáctica Seleção tricampeã do mundo de 1970, lembra-se logo dos medalhões. Os gols e os quase gols antológicos de Pelé, os lançamentos milimétricos de Gerson,
a inteligência de Tostão, a explosão de Jairzinho, a patada atômica de Rivellino, a liderança de Carlos Alberto Torres... Mas uma personagem, em especial, também deu sua grande contribuição para o título. Chamado carinhosamente de Papel, por ser tão magro e leve, o goleiro Félix deu seus voos rasantes e salvadores em jogos difíceis - especialmente contra a Inglaterra e o Uruguai. Naqueles momentos, ajudou como nunca o país a viver a felicidade. O mesmo Brasil que agora ficou triste com sua morte na manhã desta sexta-feira, aos 74 anos.
Para quem é jovem e não viu ou já tem idade mas não se recorda, os dois momentos de Félix na história brasileira nas Copas ocorreram em duas partidas das mais difíceis na campanha do tricampeonato mundial. A primeira grande defesa foi contra a Inglaterra. E ocorreu logo no início, quando o placar ainda estava 0 a 0. Aos 12 minutos do primeiro tempo, após centro da direita, Francis Lee cabeceou à queima-roupa. Félix defendeu e, no rebote, ainda sofreu falta do jogador. Àquela altura, tomar um gol certamente daria mais tensão ao time, que encontrava forte marcação inglesa. Depois, com um gol de Jairzinho, o Furacão, o Brasil saiu com o triunfo por 1 a 0.
Outro momento marcante do Papel aconteceu pouco depois. Partida duríssima na semifinal. O adversário? O Uruguai, carrasco da Copa de 1950. O Brasil vencia por 2 a 1, e a seleção rival pressionava pelo gol do empate. Àquela altura, o sonho era levar o jogo para a prorrogação. Aos 40 minutos da segunda etapa, Cortes levantou na área brasileira. Cubilla, um dos craques daquela Celeste, cabeceou no canto esquerdo. O Papel, à meia-altura, espalmou a bola. Depois, a defesa tirou-a da zona de perigo. E mais no fim Rivellino ainda marcou o terceiro gol, selando a classificação por 3 a 1. A performance, na época, foi tratada como "a defesa que valeu por um título". Depois, a final, contra a Itália, foi vencida por 4 a 1, num dos maiores shows de bola da Seleção.
Esse era Félix. Ídolo no Fluminense, onde foi multicampeão, e na Portuguesa de Desportos, o ex-goleiro, que disputou 48 partidas pela Seleção, sofria de enfisema pulmonar e estava internado no Hospital Vittoria, no Jardim Anália Franco, na Zona Leste, em São Paulo. Félix faleceu em decorrência de várias paradas cardiorrespiratórias. Muito abatida, a família informou que o velório será a partir das 15h30 desta sexta, no cemitério de Araçá, onde o corpo do ex-jogador será enterrado na manhã deste sábado.
Carreira
Nascido no bairro da Mooca, em São Paulo, Félix Miéli Venerando iniciou a carreira no Nacional AC, da capital paulista. Depois foi para o Juventus e, logo em seguida, a Portuguesa. Lá já começou a chamar a atenção. Tanto que pelo clube foi convocado para quatro partidas da Seleção. Mas foi no Rio de Janeiro que o goleiro viveu seu auge. Félix defendeu o Fluminense entre 1968 e 1976, quando se aposentou.
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No Tricolor, onde foi decretado luto de sete dias, Félix disputou 319 partidas e ganhou os títulos do Campeonato Carioca de 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976, além do Torneio de Paris de 1976. A maior conquista, no entanto, foi do Campeonato Brasileiro de 1970.
Os tricolores mais vividos e de boa memória lembram sempre de uma das mais belas defesas da história do Maracanã. Sim, foi de Félix. E na partida contra o Botafogo, pela Taça Guanabara de 1975. Mais uma vez, o goleiro contrariou a lógica. Da meia-lua da área, o atacante Nilson Dias matou no peito e deu a bicicleta. Parecia indefensável. Quando a torcida alvinegra se preparava para comemorar o golaço, lá estava ele, o Papel, para mais uma defesa salvadora.
Goleiro elegante, jogador disciplinado, Félix ainda brilhou no ano do título mundial do México ao receber outro prêmio: o Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem ser expluso, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais. Em 1982, Félix ainda teve uma curta experiência como treinador no Avaí.
Neste fim de semana, todas as partidas do Campeonato Brasileiro terão um minuto de silêncio em sua homenagem. Nada mais justo. Félix começará para sempre a escalação do maior time dos sonhos. O Papel jamais será esquecido.
Para quem é jovem e não viu ou já tem idade mas não se recorda, os dois momentos de Félix na história brasileira nas Copas ocorreram em duas partidas das mais difíceis na campanha do tricampeonato mundial. A primeira grande defesa foi contra a Inglaterra. E ocorreu logo no início, quando o placar ainda estava 0 a 0. Aos 12 minutos do primeiro tempo, após centro da direita, Francis Lee cabeceou à queima-roupa. Félix defendeu e, no rebote, ainda sofreu falta do jogador. Àquela altura, tomar um gol certamente daria mais tensão ao time, que encontrava forte marcação inglesa. Depois, com um gol de Jairzinho, o Furacão, o Brasil saiu com o triunfo por 1 a 0.
Outro momento marcante do Papel aconteceu pouco depois. Partida duríssima na semifinal. O adversário? O Uruguai, carrasco da Copa de 1950. O Brasil vencia por 2 a 1, e a seleção rival pressionava pelo gol do empate. Àquela altura, o sonho era levar o jogo para a prorrogação. Aos 40 minutos da segunda etapa, Cortes levantou na área brasileira. Cubilla, um dos craques daquela Celeste, cabeceou no canto esquerdo. O Papel, à meia-altura, espalmou a bola. Depois, a defesa tirou-a da zona de perigo. E mais no fim Rivellino ainda marcou o terceiro gol, selando a classificação por 3 a 1. A performance, na época, foi tratada como "a defesa que valeu por um título". Depois, a final, contra a Itália, foi vencida por 4 a 1, num dos maiores shows de bola da Seleção.
Esse era Félix. Ídolo no Fluminense, onde foi multicampeão, e na Portuguesa de Desportos, o ex-goleiro, que disputou 48 partidas pela Seleção, sofria de enfisema pulmonar e estava internado no Hospital Vittoria, no Jardim Anália Franco, na Zona Leste, em São Paulo. Félix faleceu em decorrência de várias paradas cardiorrespiratórias. Muito abatida, a família informou que o velório será a partir das 15h30 desta sexta, no cemitério de Araçá, onde o corpo do ex-jogador será enterrado na manhã deste sábado.
Carreira
Nascido no bairro da Mooca, em São Paulo, Félix Miéli Venerando iniciou a carreira no Nacional AC, da capital paulista. Depois foi para o Juventus e, logo em seguida, a Portuguesa. Lá já começou a chamar a atenção. Tanto que pelo clube foi convocado para quatro partidas da Seleção. Mas foi no Rio de Janeiro que o goleiro viveu seu auge. Félix defendeu o Fluminense entre 1968 e 1976, quando se aposentou.
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Os tricolores mais vividos e de boa memória lembram sempre de uma das mais belas defesas da história do Maracanã. Sim, foi de Félix. E na partida contra o Botafogo, pela Taça Guanabara de 1975. Mais uma vez, o goleiro contrariou a lógica. Da meia-lua da área, o atacante Nilson Dias matou no peito e deu a bicicleta. Parecia indefensável. Quando a torcida alvinegra se preparava para comemorar o golaço, lá estava ele, o Papel, para mais uma defesa salvadora.
Goleiro elegante, jogador disciplinado, Félix ainda brilhou no ano do título mundial do México ao receber outro prêmio: o Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem ser expluso, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais. Em 1982, Félix ainda teve uma curta experiência como treinador no Avaí.
Neste fim de semana, todas as partidas do Campeonato Brasileiro terão um minuto de silêncio em sua homenagem. Nada mais justo. Félix começará para sempre a escalação do maior time dos sonhos. O Papel jamais será esquecido.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
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